Uma revolução silenciosa na clínica de pequenos animais

Em pleno começo do século 21 a clínica de pequenos animais, embora com muitos avanços ainda padece de muitos males decorrentes do subdesenvolvimento do nosso país.

          Na década de 70, nos grandes centros urbanos surgiram algumas clínicas, que deram início aos modernos tratamentos clínicos e cirúrgicos que conhecemos hoje na clínica veterinária; evidentemente que  muitas universidades deram uma imensa contribuição. 

         Técnicas modernas, literatura atualizada, cursos de mestrados e doutorados, congressos nacionais e internacionais, muitos profissionais indo ao exterior se especializarem, foram aos poucos contribuindo para a moderna medicina veterinária que temos hoje. No início da década de 90, houve uma explosão de faculdades de medicina veterinária. Além das públicas existentes, surgiram as particulares que, de certa maneira foram mais condescendentes com estudantes de duvidoso preparo, pois encontraram certa facilidade em matricular-se nestas faculdades contando inclusive com facilidade no processo de transferência de uma para outra.  Somente no Estado do Rio de Janeiro um estado pequeno, durante a década de 90 até 2000 foram autorizadas a funcionarem mais de 10 faculdades.

          Embora constatemos um grande avanço no aspecto tecnológico na clínica de pequenos, verificamos que o ensino caiu muito em qualidade, não só nas particulares, mas, também nas públicas. Assistimos a uma verdadeira explosão de pet shops com pequenos consultórios onde muitos profissionais são submetidos a horas de trabalho na maioria das vezes dando orientaçãozinha para compradores de ração e outros produtos, mas sem valor agregados aos seus proventos. A medicina veterinária popularizou-se, em todas as camadas da população passaram a ter acesso a produtos e serviços veterinários, entretanto, os profissionais oriundos das faculdades, premidos pela urgente necessidade em produzir renda não dão continuidade nos estudos e nas atualizações, gerando com isso profissionais com pouca ou nenhuma experiência. Isso coloca em risco não só a vida de muitos pacientes que procuram nossos serviços, como deprecia nossa profissão, assim como coloca a população numa retaguarda a nos enxergar com certa desconfiança.

         Já faz tempo que o veterinário do faz tudo vem desaparecendo. As doenças nos animais sempre foram e sempre será de uma complexidade muito grande, mormente quando os diagnósticos começaram a ser mais precisos e confiáveis, consequentemente também o tratamento se tornou complexo; A imagem  do cliente mal informado, sem consciência do que é a verdadeira medicina veterinária  que chega num balcão de pet shops ou casa de ração e consegue uma consulta virtual, telepática levando uma receita ou mesmo os medicamentos, precisa desaparecer do nosso convívio diário.

       A ética entre nós; como evoluiu! O próprio avanço da medicina veterinária contribuiu para um padrão de comportamento mais elevado entre os profissionais. Os desenvolvimentos das especialidades deram uma enorme contribuição. As interdependências entre os profissionais, fizeram-nos mais cordiais e mais éticos, forçando-nos a discutir casos clínicos, com outros colegas, a comparar resultados, e a encaminhar paciente a outros profissionais mais capacitados. Demos um salto de qualidade nos diagnósticos laboratoriais e por imagem, nos tratamentos cirúrgicos, nas diversas especialidades clínicas, tais como: ortopedia, fisioterapia, acupuntura, endocrinologia, dermatologia, cardiologia, neurologia. Na parte de higiene e embelezamento como avançamos! Bem como na psicologia compreendendo as doenças psicogênicas e melhorando o comportamento animal.  Contamos com diversos cursos de atualizações e especializações. Palestras de educação continuada oferecidas por diversas entidades, congressos nacionais e internacionais.

       Num mundo globalizado, competitivo, com informações velozes, onde a internet é a maior aliada do povo, não haverá mais espaços para amadores. Temos que ser extremamente profissionais. Essa é a exigência do mercado.

      Quem não estiver em perfeita sintonia com tudo que está ocorrendo entre nós em termos de avanços; quem não entender os modernos instrumentos tecnológicos colocados a nossa disposição; quem não pautar seu trabalho nos princípios do conhecimento, qualidade, eficiência, transparência e bom atendimento ao cliente, estará inexoravelmente fora do mercado. 

Dr.Pedro Caldas
Médico Veterinário Cirurgião Geral e Ortopedista
Diretor do HVN Nitéroi
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