O Futuro da Medicina Veterinária

Ao iniciar este artigo, muitas perguntas rondam minha mente. Qual o futuro dos cursos de medicina veterinária no Brasil? Só no Estado do Rio são mais de 15 faculdades credenciadas. Há vinte anos, eram só três. Cresceu em quantidade. E a qualidade acompanhou?

Qual o futuro de centenas de médicos veterinários que a cada semestre entra na fila dos desempregados com diploma? Não há mercado para absorvê-los. O serviço público não os absorve, a iniciativa privada muito menos.

Para onde vai o sonho? Não vai; vai se esvaindo, percorrendo descaminhos, sonho sem realização profissional vira pesadelo; quando a ficha começa a cair, a realidade bate à porta, anos se passaram investimentos dos pais, financiamentos contraídos, fins de semana de estágios. tempo perdido

Na década de 1980 ficou fácil abrir cursos de medicina veterinária, aliás, muitos outros cursos superiores. Os grupos educacionais se beneficiaram do sistema de financiamento governamental; pois, além de receberem adiantado, se livram da figura do inadimplente. A lógica dos empresários do setor educacional é o lucro a todo custo, dane-se a qualidade; qualidade essa que, diga-se de passagem, vem caindo vertiginosamente, tendo seu ápice no governo Fernando Henrique Cardoso, com o estímulo às aposentadorias do setor público. As Universidades foram esvaziadas, muitos mestres amedrontados com as mudanças no sistema de aposentadorias preferiram o pijama à cátedra. Assim como o apagão de energia elétrica foi à marca do governo FHC, o esvaziamento das universidades foi sua segunda catástrofe, um verdadeiro apagão do saber se instalou nas universidades, concorrendo para a queda da qualidade do ensino. Esperava-se que nos cursos superiores, houvesse uma melhora, pois muitos mestres das universidades públicas, ao se aposentarem foram convidados a lecionarem nas particulares, mas, ficaram refém do sistema, ou seja, lucro a toda prova. Diminuição dos currículos, da carga horária, supressão de cadeiras, e outras barbaridades com a educação superior. O resultado está aí. A sociedade tem uma percepção, de que não só os médicos veterinários são mal formados, mas todas as outras carreiras da área médica. Nossa sorte é que um ente querido chamado mercado expulsa os mal formados, os maus profissionais, e o modismos de ser veterinários também passa. Meu desejo é que não fique o sentimento de frustração. Simultaneamente a todo esse descalabro com nossa profissão, foram implantadas as residências médicas nos hospitais das universidades, inúmeros cursos, pós graduações, congressos, palestras online, tecnologias de equipamentos médicos, bem como a revolução da comunicação através das mídias sociais, nossa profissão vem ressurgindo das cinzas como um fênix e o mercado se encarregando de depurar os bons profissionais.

Dr.Pedro Caldas
Médico Veterinário Cirurgião Geral e Ortopedista
Diretor do HVN Nitéroi
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