Orquiectomia

Um dos maiores inconvenientes nas orquiectomias é a dermatite escrotal por lambedura pós-cirúrgica, com aumento significativo da bolsa escrotal (edema) tendo como causa principal a tricotomia feita em grande parte com lâmina de barbear ou máquina de tosar com lâmina 40.
Para evitar este inconveniente propomos a orquiectomia sem o uso da tricotomia, que tem dado excelentes resultados. Pois a região escrotal é extremamente sensível a qualquer tipo de procedimento que envolva depilação. Com o animal em pré-anestesia, a critério de cada colega. Procede-se pré-assepsia com água, sabão e escova, (foto 1), após o mesmo ter sido anestesiado, passa-se povidine “eu prefiro clorexidine” degermante deixando por cinco minutos (foto 2), isola-se o campo cirúrgico com pano fenestrado ou similar (foto 3), apos este procedimento, enxuga-se tirando o excesso de povidine, faz-se pe-quena incisão sobre a rafe escrotal (foto 4 e 5). Em seguida escolha somente um testículo e abra a sua bolsa sem romper a túnica vaginales (foto 6). Com uma leve pressão, esprema o testículo para fora da bolsa(foto 7), usando-se uma gaze, exponha todo testículo até o alongamento do plexo pampiniforme (a gaze é usada para descolar a estrutura testicular da bolsa escrotal) (foto 8 e 9), usando um fio absorvível de alta resistência, (vicryl nº0 depende do tamanho do animal) passa com sua agulha no meio do plexo su-turando-o e transfixando-o com nó duplo inicialmente e outros nós subsequêntes. (foto 10) Em seguida, secciona-se acima da sutura (foto 11), feito o mesmo no outro testículo, procede-se ao fechamento da bolsa escrotal. (foto 12 e 13). No transcirúrgico faz-se antibiótico analgésico e antiinflamatório, preservando o antibiótico e o antiinflamatório por cinco dias. Esta técnica proporciona conforto e bem- estar pós-cirúrgico, não permitindo o desenvolvimento de prurido e conseqüente lambedura da bolsa escrotal. Facilitando assim a sua cicatrização sem os inconvenientes do edema e dermatite escrotal pós-cirúrgica. Esta técnica e exclusiva para cães. Nos gatos, o procedimento é o mesmo porém após a retirada dos testículos, coloca-se uma pomada cicatrizante no interior da bolsa escrotal (iruxol, fibrase) e não se sutura nem bolsa nem pele. Antibióticos, analgésicos e antiinflamatórios somente no transcirúrgico ou pós-cirúrgico (a critério) não necessitando de sua continuidade por 5 dias.

OBSERVAÇÃO: Esta técnica de castração de machos, embora clássica, já está suplantada por outra mais moderna. Sua única exceção é nos gatos, que apresenta ótimos resultados com esta técnica. Em breve apresentaremos a outra técnica que dispensa a abertura da bolsa escrotal.

Dr.Pedro Caldas
Médico Veterinário Cirurgião Geral e Ortopedista
Diretor do HVN Nitéroi
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